Câncer Colo-retal
Câncer Colo-retal


O dia 27 de novembro é considerado o Dia Mundial de Prevenção do Câncer Colo-retal, com vistas a sensibilizar as populações de risco e portadores assintomáticos de pólipos e câncer precoce através de campanhas de conscientização e prevenção.

O câncer colo-retal abrange tumores que atingem o cólon (intestino grosso) e o reto. Tanto homens como mulheres são igualmente afetados, sendo uma doença tratável e freqüentemente curável quando localizada apenas na parede do intestino (sem extensão para outros órgãos). Por isso é tão importante a sua detecção precoce, pois, se descoberto tardiamente, pode ser fatal, sendo que quase a metade destes casos tardios morre em menos de 5 anos.

As estimativas de incidência de Câncer no Brasil para 2006, publicadas pelo INCA, e dados da Secretaria Estadual de Saúde, apontam o câncer colo-retal como o 3° tumor mais freqüente entre os homens (próstata e pulmão precedem) e também o 3° entre as mulheres (mama e colo do útero precedem), excetuando os tumores de pele. A maior incidência de casos ocorre na faixa etária entre 50 e 70 anos, mas as possibilidades de desenvolvimento já aumentam a partir dos 40 anos. Estima-se para o ano 2006, a incidência de 27,68 casos por 100.000 gaúchos e 28,07 por 100.000 gaúchas. Deste modo, até o final deste ano estima-se que 1.490 homens e 1.570 mulheres terão este diagnóstico no Rio Grande do Sul.

Os principais fatores de risco são: a idade acima de 50 anos; história familiar de câncer de cólon e reto; história pessoal pregressa de câncer de ovário, endométrio ou mama; dieta com alto conteúdo de gordura, carne e baixo teor de cálcio; obesidade e sedentarismo. Também são fatores de risco doenças inflamatórias do cólon como a retocolite ulcerativa crônica e Doença de Cronh; algumas condições hereditárias (Polipose Adenomatosa Familiar e Câncer Colo-retal Hereditário sem Polipose).

Uma dieta rica em frutas, vegetais, fibras, cálcio, folato e pobre em gordura animal é considerada uma medida preventiva. A ingestão excessiva e prolongada de bebidas alcoólicas deve ser evitada. Como prevenção, é indicada uma dieta saudável e prática de exercícios físicos.

O câncer colo-retal quando detectado em seu estágio inicial possui grandes chances de cura, diminuindo a taxa de mortalidade associada ao tumor. Pessoas com mais de 50 anos devem se submeter anualmente ao exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes. Indivíduos com exame positivo devem realizar colonoscopia. Atualmente, nesta faixa etária, a colonoscopia está na prevenção do câncer do cólon e reto, como a mamografia está para o de mama e o exame ginecológico com análise citopatológica está para o de colo uterino.

Para indivíduos com histórico pessoal ou familiar de câncer de cólon ou reto, portadores de doença inflamatória do cólon, passado de pólipos adenomatosos pessoal e familiar e algumas condições hereditárias (Polipose Adenomatosa Familiar e Câncer Colo-retal Hereditário sem Polipose) devem procurar orientação médica. Para aqueles que têm algum parente que já teve câncer de intestino grosso ou ginecológico (mama, útero e ovário), deve-se iniciar a prevenção a partir dos 40 anos de idade.

O câncer de intestino grosso (cólon e reto) é facilmente evitável. Quase sempre se inicia através de um pólipo que cresce na parede do intestino e que pode se transformar em câncer com o passar do tempo (10 anos em média). Quando um pólipo é retirado durante a colonoscopia, está se impedindo que ele se transforme em câncer. Pólipos são lesões benignas que se desenvolvem na mucosa do intestino grosso e alguns deles têm um potencial genético de transformação maligna. Raramente dão sintomas e só são descobertos pela endoscopia, através da qual também é possível retirá-los.

Qualquer pessoa pode ter pólipos ao longo da vida. Os jovens podem ter pólipos também e, muitas vezes, estes estão associados a doenças genéticas. Alguns hábitos podem facilitar o seu aparecimento: fumo, consumo de dieta rica em gorduras e pobre em fibras, ingestão freqüente de álcool e de alimentos com corantes artificiais.

Indivíduos acima de 50 anos com anemia de origem indeterminada e que apresentam a suspeita de perda crônica de sangue no hemograma, devem realizar endoscopia gastrointestinal superior e inferior. Outros sintomas que podem ocorrer são dor ou desconforto abdominal, massa abdominal, melena (fezes pretas), sangramento anal, sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, constipação, diarréia, náuseas, vômitos, fraqueza, tenesmo ou puxos (vontade freqüente de ir ao banheiro, com sensação de evacuação incompleta), sensação de gases ou distensão e perda de peso sem causa aparente. Nem todo sangramento pelo ânus é causado por hemorróidas. Hemorróidas não causam câncer, porém podem confundir o diagnóstico.

O diagnóstico da doença é feito através de biópsia endoscópica com estudo histopatológico.

A cirurgia é o seu tratamento primário, retirando a parte do intestino afetada e os linfonodos próximos a esta região. Muitos tumores do reto são tratados com cirurgias que preservam o esfíncter anal, através da utilização de grampeadores, evitando assim as colostomias.

Após o tratamento cirúrgico, a radioterapia associada ou não à quimioterapia é utilizada para diminuir a possibilidade de volta do tumor (recidiva). Quando a doença está disseminada, com metástases para fígado, pulmão ou outros órgãos, a quimioterapia tem mostrado resultados bastante promissores.