PROTOZOÁRIOS
PROTOZOÁRIOS

 

PROTOZOÁRIOS

Os protozoários constituem um geande conjunto de organismos unicelulares, onde vemos partes de células diferenciando-se para exercer determinada função.

Em geral, são organismos microscópicos, medindo micrômetros de comprimento. Sua forma varia, podendo ser ovóides, esféricos, estrelados e de contornos bizarros.

Apresenta a forma de cisto como forma de resestencia, onde secreta uma parede resistente que o protegerá quando estiver em meio impróprio.

Principais patogenias causadas por protozoários:

 

  • Amebíase
  • Giardíase
  • Malária
  • Toxoplasmose
  • Balantidiose
  • Criptosporidiose
  • Isosporíase
  • Tricomoníase
  • Doença de Chagas
  • Leishmaniose

 

 

AMEBÍASE

                                                        

TROFOZOÍTO - CISTO

 

A amebíase ou disenteria amebiana é uma doença de difusão mundial causada pela Entamoeba histolytica, que se instala principalmente no intestino grosso humano.

Segundo estimativas, atinge mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, causando de 40mil a 100 mil mortes anuais. Ao contrário do que se pode pensar, não se restringe apenas a países tropicais, mas é freqüente também nos clima frio. É a falta de condições higiênicas adequadas que condiciona sua disseminação.

A Entamoeba histolystica pode permanecer no organismo sem causar nenhum sintoma. A infecção assintomática é mais encontrada em países, como Estados Unidos, Canadá e países da Europa. As formas graves de disenteria amebiana têm sido registradas com mais freqüência na América do Sul, na Índia, no Egito e no México.

A transmissão da doença é feita por cistos eliminados com as fezes e ingeridos com água ou alimentos.

Ciclo Evolutivo

No seu ciclo evolutivo, a Entamoeba histolystica pode assumir quatro formas distintas:

Trofozoíto "minuta", pequeno, até 20µm, mononucleado, com pseudópodes, vivendo no intestino, destituído de patogenicidade, alimentando-se de bactérias, muco e amido. Pode ser encontrado nas fezes não-disentéricas.  O cisto é forma  de transmissão desta protozoose;

Cisto imaturo, forma arredondada, com núcleo grande e membrana pré-cística, que começa a se formar ao redor do protozoário. Forma-se quando as amebas na forma de trofozoíto "minuta" são arrastadas pela corrente fecal, na porção final do intestino grosso e reto;

Cisto maduro, com quatro núcleos e dupla membrana protetora. É expelido com as fezes e representa a forma de transmissão. Vive até 4 semanas em condições favoráveis de umidade; porém, à temperatura de 50ºC, é destruído em poucos minutos;
trofozoíto "magna" ou tissular, forma invasora de tecidos, patogênica, medindo até 60µm, mononucleado, com pseudópodes, vacúolos digestivos contendo principalmente hemáceas. Não sofre encistamento e pode ser encontrado nas fezes de pacientes com disenteria amebiana.

O ciclo evolutivo começa pela eliminação de cistos juntamente com as fezes de um doente ou portador da doença. os insetos, podem ser considerados vetores mecânicos, pois, quando se alimentam de fezes contaminadas ou quando pousam nelas, contribuem para a disseminação e a transmissão dos cistos. O indivíduo sadio, ocasionalmente, poderá ingerir os cistos com água ou alimentos contaminados. Na cavidade intestinal, os cistos se rompem, liberando amebas na forma de trofozoíto.

Patogenia

 Lise dos tecidos, formação de úlceras, apendicite e perfuração intestinal.

 

Sintomas

O período de incubação é de 2 a 4 semanas. A disenteria amebiana aguda manifesta-se com quadro disentérico agudo seguido de disenteria (fezes com muco, pus e sangue), cólicas abdominais, náuseas, vômitos, emagrecimento e fadiga muscular.

 

Diagnóstico

Realizado através da pesquisa de cistos em fezes formadas, ou de trofozoítos em fezes.

 

Profilaxia e Tratamento

Manter sanitários limpos; lavar as mãos antes das refeições e após a defecação; tratar os doentes e portadores assintomáticos; não usar excrementos, como fertilizantes; combater as moscas e baratas.

O tratamento consiste no uso de fármacos apropriados, como oxiquinolinas, diloxamid, nitroimidazóis, etc., muitas vezes combinados com antibióticos. Amebicidas, como o Metronidazol também podem ser utilizados.

          

GEARDÍASE

A giardíase é uma parasitose intestinal, também denominada giardose ou lamblíase, causada pelo protozoário flagelado Giardia lamblia, que se apresenta sob duas formas: a de trofozoíto, com dois núcleos e oito flagelos, que vive no intestino delgado humano, e a de cisto, ovóide contendo de 2 a 4 nucleos e um eixo central denominado axonema, eliminado aos milhões com as fezes, contaminando a água e os alimentos. É cosmopolita, sendo uma doença características das regiões tropicais e subtropicais. Giardia lamblia é o enteroparasita com maior número de cistos encontrados em águas de córregos usados na irrigação de hortaliças.

 

Ciclo Evolutivo

O homem ingere alimentos ou água contaminados com os cistos. As moscas e baratas têm papel importante, a exemplo do que ocorre na amebíase e em outras doenças.
Os cistos percorrem a porção inicial do tubo digestivo, sem serem atacados pelo suco gástrico. Só no intestino delgado, ocorre o desencistamento, liberando novos trofozoítos que se fixam na mucosa intestinal, determinando o ínicio da parasitose. Ainda que as giárdias careçam de capacidade para invadir os tecidos, como acontece com as amebas, são capazes de desenvolver uma manifestação patogênica. Como são em grande número, podem chegar a cobrir amplas áreas da mucosa, interferindo nas funções de absorção de nutrientes orgânicos. O hospedeiro eliminará com as fezes novos cistos que irão diseminar-se.

 

Sintomatologia

O período de incubação varia entre uma (ou menos) e 4 semanas.
A sintomatologia costuma ocorrer em 50% ou mais dos parasitados, associando-se provavelmente a fatores, como alteração da flora intestinal a óbito.
Na maioria dos casos, costuma ser leve ou moderada, raramente levando a óbito.
O sintoma mais comum é a diarréia, com muco e não sanguinolenta; desconforto abdominal, cólica, flatulência, náuseas e vômitos. Pode ocorrer dor no epigástrio (acima do estômago), simulando úlcera péptica. Esta protozoose é mais freqüente em crianças com menos de dez anos de idade, principalmente no grupo ao redor do cinco anos ou menos.

Diagnóstico

Realizado através da pesquisa de cistos em fezes formadas, ou de trofozoítos em fezes diarréicas.

Profilaxia eTratamento

         A prevenção consiste na educação sanitária, higiene individual, proteção dos alimentos, tratamento da água, combate aos insetos vetores mecânicos, como moscas, etc.
O tratamento dos doentes consiste no uso de nitroimidazóis (ormidazol).

 

 

 

Entamoeba coli

É o agente causador da Amebíase Comensal (não patogênica).

Possui forma cística e trofozoíta. Sua forma cística é caracterizada pelo formato circular que evidencia de 6 a 8 núcleos visíveis. A forma trofozoíta de todas as amebas (gênero Entamoeba sp) são de difícil diferenciação, pois todas são muito semelhantes. Elas são formadas por uma célula arredondada de bordas irregulares (emissão de pseudópodes) e um núcleo grande com cromatina irregular, que pode estar centralizado ou periférico na célula).

Transmissão: fecal-oral.

 

Ciclo Evolutivo

 O homem se infecta ao ingerir cistos presentes na água ou nos alimentos contaminados.

Ocorre o desencistamento, liberando os trofozoítos que reproduzem-se por divisão binária. Esses trofozoítos novamente formam os cistos, que são evacuados através das fezes. Dentro do cisto o parasito realiza divisão binária formando de seis a oito novos indivíduos que desencistam quando chegam ao intestino de um novo hospedeiro.

 

Diagnóstico

Realizado através da pesquisa de cistos em fezes formadas, ou de trofozoítos em fezes diarréicas.

Tratamento

 Amebicidas, como o Metronidazol (Flagyl®)

 

Profilaxia

Melhoria de condições sanitárias; higiene dos alimentos e das mãos; consumo de água fervida ou filtrada; tratamento dos doentes.

  

 

TRICOMONÍASE

 

 Agente etiológico é o Trichomonas vaginalis . O T. vaginalis é encontrado na uretra dos homens e na vagina das mulheres.

Desenho esquemático À fresco Esfregaço corado

Morfologia: Não existe forma cística, somente trofozoíta. A sua forma trofozoíta é piriforme, apresentando 4 flagelos, um flagelo aderente ao corpo do parasita com membrana ondulante longa, o axóstilo e um núcleo volumoso.

Transmissão: relação sexual (99% dos casos) ou fômites contaminados (vasos sanitários; roupas íntimas e de cama; instrumentos ginecológicos; água de piscina; exsudato vaginal a 10°C – 48h; urina – 3h; sêmen ejaculado – 6H; toalha molhada a 35°C – 24h).

Ciclo evolutivo:

Sua reprodução é binária longitudinal.

Patogenia e Sintomatologia: HOMEM – assintomática; uretrite com prurido leitoso e purulento; prurido na uretra, ardência e dificuldade ao urinar; as complicações são a prostatite e a cistite. MULHER – vaginite com corrimento amarelo-esverdeado, bolhoso com odor; ardência ao urinar, com alta freqüência miccional; dor durante a relação sexual; associação com cândida ou gonococos.

 

Diagnóstico

É realizado através da pesquisa de trofozoítas em preparações a fresco ou esfregaços corados.

Tratamento: Metronidazol (Flagyl®)

 

Profilaxia

 Uso de preservativos, redução do número de parceiros sexuais, tratamento dos doentes (ambos os parceiros sexuais).