Micoses Superficiais
Micoses Superficiais

 

Introdução

 

Micoses superficiais são doenças provocadas por fungos, os quais são limitados à pele, aos pêlos, as unhas e as mucosas.

 

Essas patologias, tão comum em nossa sociedade, porém tão pouco esclarecidas e que vem sendo confundidas, muitas vezes, com outras doenças dermatológicas.

 

Sendo assim, visaremos fundamentalmente demonstrar as várias formas de prevenção, dentre estas o simples hábito higiênico, evitando assim a erradicação das micoses seus sinais e sintomas, queremos também definir alguns tratamentos convenientes em micologia.

 

Micoses superficiais

 

1. Fungos, micologia , micoses ,  e outros termos

Os fungos são classificados como eucariotas, possuindo membrana nuclear bem definida e um núcleo que contém vários cromossomas. Reproduzem-se de forma sexuada ou assexuada, mas em sua maioria através da formação assexuada de esporos. Cruzamento perfeito ocorre quando há cruzamento sexual de duas espécies estreiamente relacionadas como o Cryptococcus neoformans, dos sorotipos A e D, já a Cândida albicans é denominada um fungo imperfeito.

Quanto à morfologia, as paredes dos fungos são rígidas e habitualmente composta de quitina, glucano e manoproteínas. A membrana citoplasmática dos fungos contém esteróis, principalmente ergosterol, os alvos da ação das principais classes de agentes antifúngicos. As morfologias que o fungo apresenta nos tecidos de um hospedeiro infectado são as seguintes:

 

  • Pele e unhas. Nestes tecidos os fungos podem apresentar-se como: Hifas ou filamentos micelianos. Artrosporos ou artroconídios. Blastosporos ou blastoconídios ou elementos leveduriformes. Pseudo-hifas.

 

  • Pêlos e cabelos. Neste caso os fungos se apresentam como hifas, artroconídios ou
    esporos (elementos arredondados) de localização: Endothrix: interna. Ectothrix: externa. Nódulos (piedras): externa.

 

Micologia clínica é o ramo da microbiologia médica que estuda os fungos causadores de infecções nos seres humanos. Micose é um processo infeccioso provocado por microfungos parasitos. A denominação foi proposta em 1856 pelo patologista alemão Rudolf Virchow. No Brasil, como em geral nos países tropicais, as micoses são muito freqüentes. O termo micose também é sinônimo de doença fúngica.

 

Podem ser divididas em micoses superficiais ou profundas. As superficiais como o próprio nome indica são processos micóticos superficiais, comprometendo exclusivamente a camada epidérmia  as mucosas, as zonas cutâneo-mucosas, os pêlos (principalmente do couro cabeludo), as unhas e as dobras periungueais (que cercam as unhas). Provocam o aparecimento de lesões benignas, sem repercussão geral. A anatomia patológica revela somente processo inflamatório superficial, sem reação do tipo granulomatoso. Tais micoses não estimulam o indivíduo a produzir anticorpos humorais, isto é, o organismo não participa do quadro da infecção, elaborando aglutininas, precipitinas ou anticorpos fixadores do complemento. Pode-se demonstrar, todavia estado de hipersensibilidade cutânea mais ou menos pronunciado conforme a extensão do processo, o tempo de evolução e o agente das lesões.

 

Clinicamente esta divisão é de grande interesse. Com efeito, diante de um caso suspeito de micose, devemos verificar se a lesão é superficial ou profunda, o que é de grande importância para a terapêutica e o prognóstico. Facilmente a custa de exame demartológico  acurado, consegue o médico estabelecer o diagnóstico do processo. Está claro que as lesões superficiais são mais benignas que as profundas, as quais necessitam de tratamento específico mais enérgico e melhor conduzido. Dados de ordem clínica e imunológica conduzem-nos, pois, a adotar e a defender este critério de classificação. Uma vez identificado o processo micótico resta no caso das micoses superficiais, classifica-lo conforme a localização das lesões.

São geralmente provocadas por dermatófitos e outros tipos de fungos .

 

2. Micoses superficiais da pele e das mucosas

No grupo das micoses superficiais temos :

  • Dermatofitoses , tínea versicolor ( pytiriasis versicolor ) , acromia parasitária de Jeanselme , Foliculite pitirospórica , o eritrasma ,  tínea nigra , e as leveduroses cutâneas   , mucosas ou cutâneo-mucosas ( monilíases )

 

 

3. Dermatófitos e dermafitoses

São fungos que desenvolveram a capacidade de viver na queratina ( pele e apêndices ) de animais . Os dermatófitos são classificados em três gêneros :

  • Microsporum
  • Trichophyton
  • Epidermophyton .

 

Produzem Dermatofitoses  conhecidas como Tíneas ou Tinhas , cujo tratamento , normalmente é feito com Terbinafina . Em Hidróxido de Potássio ( KOH ) tem-se hifas hialinas esverdeadas , acompanhadas de formas vegetais ( clamidósporos , corpos nodulares , etc ) e freqüentemente com artroconídeos ( fragmentação de hifas) . Para identificação das espécies deve ser observada a presença de micro e macroconídeas sendo que o aspecto colonial não deve ser utilizado isoladamente .

 

4. Microsporuns

Produzem macroconídeas multiseptadas, de paredes grossas, que podem assemelhar-se a fusos ou cilindros. São provenientes de conidióforos, acometem pele e pêlos, tendo como espécies de interesse médico os seguintes :

 

  • Microsporum audouinii – Macroconídeas bizarras e de poupa freqüência e raras microconídeas. Apresenta clamidósporos terminais ou candelabros fávicos. Suas colônias crescem em média de 7 a 14 dias. Com micélio aéreos e aveludados e cor bronze claro; no verso apresentam-se de cor rosa salmão. Não cresce em grão de arroz .É transmissível e os pêlos acometidos tem fluorescência em lâmpada de Wood.

 

  • Microsporum gypseum  -  Macronídeas septadas (de 4 a 6 septos) com paredes grossas, de formato mais alongado e menos fusiforme do que aquelas do M. canis, com as extremidades arredondadas. Crescem bem em meio com grão de arroz.

 

  • Microsporum canis – Macroconídeas fusiformes multiseptadas ( 8 a 15 septos ) e de paredes grossas, muitas das quais têm uma das extremidades curvada, o que é uma característica marcante . Apresenta poucas microconídeas  junto às hifas . Crescem bem e ágar de arroz  e tem flurorescência verde clara em lâmpada de Wood. É um fungo zoofílico que acomete cães e gatos, os quais devem ser tratados para evitar reicidiva.

 

5. Trichophyton sp

Pode haver ou não a produção de macroconídeas que quando existem, estão em pequeno número e são em forma de bastão. As microconídeas, pro sua vez, estão distribuídas em grande número ao longo das hifas ou formando cachos. As espécies mais isoladas em infecções humanas são:

 

·         Trichophyton tonsurans – Está mais associado a tínea capitis ou dermatofitose do ponto negro, na qual os cabelos rompem próximo ao couro cabeludo, conferindo ao pêlo, o aspecto de ponto negro . As suas conídeas são claviformes e largas e as coloniais pulverulentas .

 

  • Trichophyton mentagrophytes – Comumente isolado na infecção denominada Pé-de-atleta. Suas colônias são pulverulentas e as aleurias em cacho de uva sobre ramos terminais . Diferencia-se do T. rubrum por ser uréia positiva.

 

  • Trichophyton rubrum – É comumente isolado no pé-de-atleta juntamente com T. mentagrophytes. Apresenta raras macroconídeas e grande número de microconídeas baloniformes.

 

6. Epidermophyton sp

Não produz  microesporos. A diferenciação do gênero se faz com a observação de grandes macroconídeas em forma de clava, com paredes lisas e que se dividem em 2 a 5 células por septos transversais encontradas sobre um ou dois conidióforos curtos. Acomete pele e unha, sendo a espécie mais importante e de interesse médico. O Epidermophyton  floccosum o qual acomete a queratina sem lesar o cabelo.

 

7. Tíneas causadas por dermatófitos

7.a - Tinea  capitis ou Tínea do couro cabeludo 

É causada por diversos dermatófitos:

Ttrichophyton tonsurans

Microsporum canis

Trichophyton rubrum

Comum em criança, rara no adulto. Tem 4 padrões:

Seborréico:  (descamação semelhante a caspa no couro cabeludo e deve ser considerada em crianças com suspeita de dermatite seborréica)

Pontos Pretos: cabelos são quebrados na linha da pele , e pontos pretos são vistos dentro das áreas de alopecia. Associado a infecção por t. tonsurans.

Quérion: Infecção fúngica inflamatória que pode mimetizar uma foliculite bacteriana ou abcesso do couro cabeludo.

Favus: Forma rara de tínea inflamatória do couro cabeludo, apresentando com áreas de alopecia que possuem crostas cor de mel em forma de copo.

 

Adquirida pelo contato com indivíduos infectados, animais doentes ou portadores, particularmente cães e gatos, ou com a própria terra. Divide-se em: Tíneas tonsurantes e Tínea favosa ou favus.

 

·         Tínea tonsurante

Apresentam fundamentalmente placas de tonsura caracterizadas por cotos pilosos e descamação única ou múltipla no couro cabeludo .

 

·         Tínea favosa ou favus

É essencialmente crônica , seu agente etiológico é o Trichophyton  schoenleinii e ocorre sobre forma de microendemias em zonas rurais em comunidades do interior. É a mais grave do couro cabeludo , porque o fungo ataca o folículo piloso, determinando lesões cicatriciais do couro cabeludo.

 

7.b - Tínea da pele Glabra  ou Tínea corporis

Apresenta-se sobre diversos aspectos morfológicos :

Formas vesiculosas  ou até nodulares em placa .Sendo os agentes mais freqüentes : Trichophyton rubrum

Microsporum canis

Trichophyton mentagrophytes

 

Forma vesiculosa – Lesão primária é a vesícula que podem gerar superfícies exulceradas sobre as quais podem se formar crostas.

Forma anular – Inicia-se por lesão eritêmato-papulosa, lesões podem ser múltiplas e acompanhadas de prurido.

Forma em placa – Placas são descamativas e eritematosas, podendo comprometer áreas extensas da pele.

 

 7.c - Tíneas dos Pés e das Mãos

As tíneas dos pés são bastante comuns e as das mãos pouco freqüentes . Os agentes mais comuns são tanto das tíneas das mãos quanto dos pés são :

Trichophyton rubrum

Trichophyton mentagrophytes

Epidermophyton floccosum

 

·         Tínea pedis

É também denominada pé-de-atleta , desencadeada pelo uso de calçados anti-higiênicos, sudação, umidade, acometendo frequentadores de piscinas, soldados, estudantes e atletas. As lesões são caracterizadas pela formação de vesículas, fissuras nos espaços interdigitais, esfoliações pruriginosas, edemaciadas ou dolorosas. São causadas principalmente pelo T. rubrum, T. mentagrophytes e E. floccosum .Quando vesículas se rompem , expele líquido claro e pegajoso , que é a forma desidrosiforme e vesiculose .

 

Tínea manuum

São raras e decorrentes da hipersensibilidade a focos situados em outro local .

 

Ambas as formas possuem 3 formas de manifestação :

Forma intertriginosa – apresenta descamação e maceração da pele dos espaços interdigitais , podendo ocorrer fissurações e prurido

Vesícuo bolhosa – ocorre em associação com a intertriginosa .

Escamosa – apresenta lesões escamosas , geralmente pruriginosas .

 

7.d - Tínea Inguinal , tínea cruris ( virilha )

É afecção comum no homem e rara na mulher ,propaga-se no períneo , regiões glúteas e parede abdominal . Os agentes causadores mais freqüentes :

Trichophyton rubrum

Trichophyton mentagrophytes

Epidermophyton floccosum

 

É acompanhada por lesões eritêmato-escamosas , encontram-se pequenas vesículas . Lesões antigas tornam-se escuras em virtude do prurido .

 

 

7.e - Tínea da orelha

Acomete mais crianças , atingindo a orelha externa e eventualmente o conduto auditivo . São placas eritemato – descamativas . O agente etiológico é :

Microsporum canis

 

7.f -Tínea da Unha , Onicomicoses ou Tínea ungueum

É a denominação da infecção da lâmina ungueal por dermatófito  ou outros fungos como leveduras do gênero Candida .Caracteriza-se por lesões destrutivas e esfarinhadas das unhas, iniciando-se pelas bordas livres, de cor branco-amarelada. Em geral ocorre formação de hiperceratose do leito ungueal, porém os tecidos periungueais raramente são afetados. São causadas principalmente pelo:

Trichophyton rubrum

Trichophyton mentagrophytes

Epidermophyton floccosum

 

7.g - Tínea da Barba  ou Tínea Barbae

Os agentes etiológicos são

Trichophyton rubrum

Trichophyton mentagrophytes

Os aspectos clínicos são supurações foliculares que é inflamação dos pêlos da barba com formação de pápulas e crostas .

 

8 - Tíneas causadas por fungos  não-dermatófitos

8.a - Tínea versicolor ou pitiríase versicolor

É uma infecção crônica da camada córnea da pele, caracterizada por lesões descamativas hipo ou hipercrômicas . Também denominada de  micose de praia, pano, etc. O agente etiológico é :

Malassezia sp.

Compreendido por  sete espécies: M. furfur, M. sympodialis, M. pachydermatis, M. globosa, M. obtusa, M. restricta, M. slooffiae.

É freqüente nos dois sexos, com predominância em adultos jovens. Pode acometer outras faixas etárias .É um fungo antropofílico, sendo que o ser humano é a única fonte de contaminação, pelo contato inter-humano, ou através de fômites como toalhas, vestuário .

Os fatores predisponentes são: Deficiências vitamínicas, desnutrição, tuberculose, diabetes mellitus, corticoterapia prolongada, sudorese, gravidez, etc.

A Pityriasis versicolor apresenta-se como máculas, finamente descamativas e geralmente assintomáticas, cuja coloração varia do marfim ao castanho-escuro. As escamas geralmente têm o aspecto farináceo, daí serem denominadas escamas furfuráceas. Em peles pigmentadas as áreas lesionadas podem se tornar acrômicas devido à diminuição do pigmento melânico da epiderme. As lesões predominam na parte superior do tórax, face e antebraços. Porém, outras regiões do corpo podem ser afetadas.

 

8.b - Tínea nigra ou Tínea negra

É uma micose superficial que se localiza preferencialmente na camada córnea da palma das mãos, sob a forma de pequenas lesões papulosas, de coloração preta, que podem confluir formando pequenas placas ou manchas fuliginosas.O agente etiológico é :

Exophiala werneckii (Phaeoannelomyces werneckii ou Cladosporium werneckii).

A distribuição praticamente universal, sendo que no Brasil a maioria dos casos foram relatados na Bahia. O Exophiala werneckii é um  saprófita de vida livre encontrado em beira dos mares tropicais e subtropicais, solo, areia do mar, ar e plantas. O fungo pode ser veiculado para o organismo através de pequenos traumas.

As lesões maculo-papulosas  são sem tendência à cura espontânea, castanhas ou negras, podendo confluir formando placas ou manchas.

 

8.c - Tricosporonose

Designa os quadros clínicos produzidos pelo fundo leveduriforme  Tricosporon beigelii .Inclui Piedra branca , Triscosporonose genito-inguinal e outras localizações de forma sistêmicas .

 

8.d - Piedras 

São micoses nodulares de pelos e cabelos, no qual o fungo se localiza na parte livre e aérea da haste do pelo. Dividem-se em dois tipos :

Piedra Negra e o agente causador é o  Piedraia hortae

Piedra branca e o seu agente etiológico é o  Trichosporon sp.

 

A piedra negra é endêmica em áreas tropicais da América central e do Sul e da Oceania, enquanto que a piedra branca é encontrada em áreas subtropicais e temperadas do Mundo. Em ambos os casos a transmissão se dá através de contatos com pessoas ou fômites, contaminados com os fungos.

 

 

8.e - Candidíases

São infecções causadas por leveduras pertencentes ao gênero Candida, principalmente a espécie Candida albicans, e que acometem a pele, unhas, mucosas, trato intestinal e urinário, etc.

Os agentes etiológicos são :

 Candida albicans

 Candida tropicalis

 Candida pseudotropicalis

 Candida guillermondi

 Candida krusei

 Candida parapsilosis

 Candida glabrata

 

É transmitidas de forma Endógena (a C. albicans habita a superfície da pele, mucosa oral, intestino e mucosa vaginal). Pode haver transmissão por contato inter-humano e fômites (roupas e toalhas).

Os fatores pré-disponentes são Imunodepressão (AIDS), uso prolongado de corticosteróides, gravidez, diabetes, queimaduras graves, maceração das dobras da pele, sudorese intensa e umidade constante.

 

As manifestações clínicas mais comuns são  as candidíases superficiais e a disseminada com acometimento visceral .

 

  1. Candidíases superficiais :
  • Candidíase oral: ocorre formação de placas brancas na mucosa oral e cantos dos lábios (sapinho).
  • Candidíase intertriginosa: lesões eritematosas, úmidas, exsudativas e descamativas, localizadas Nas dobras da pele como axilas, região submamária, interglútea, perianal, espaços interdigitais, etc.
  • Vulvovaginite por Candida: lesões pruriginosas e eritematosas com leucorréia e sensação de queimadura.
  • Onicomicose por Candida: acometem principalmente a região periungueal da unha, a qual se presenta edemaciada, avermelhada e dolorosa. por pressão, geralmente eliminam material purulento, rico em elementos leveduriformes.
  • Candidíase muco-cutânea: acometimento da pele, mucosas e unha.

 

2.  Candidíase disseminada :

Acometimento visceral.A candidíase em pacientes com
AIDS
ocorre em mais de 80% destes pacientes, como infecção oportunista. As formas
clínicas mais freqüentes são a candidíase esofagiana, onicomicoses e vulvovaginites,
todas de difícil tratamento.

 

8.f – Eritrasma

É uma infecção bacteriana, cujas lesões são morfologicamente semelhantes àquelas observadas em micoses superficiais.Sendo o agente etiológico :

Corynebacterium minutissimum (Nocardia minutíssima)

Ocorre principalmente em países quentes e acomete principalmente indivíduos adultos do sexo masculino, sendo raro em mulheres e crianças.

A transmissão  é Inter-humana ou através de fômites (vestuário).Os fatores predisponentes são :

Maceração de pele, sudação, umidade, etc.

Tem localização perigenital e axilar. Apresenta-se como lesões eritematosas ou acastanhadas, com os bordos bastante definidos, praticamente assintomático. A localização interpodigital também tem sido descrita.

 

9. O tratamento e a prevenção

Hábitos higiênicos são importantes para se evitar as micoses.  Previne-se seguindo as dicas abaixo:  

  • Secar  sempre muito bem após o banho, principalmente as dobras de pele como as axilas, as virilhas e os dedos dos pés.
  • Evitar  ficar com roupas molhadas por muito tempo.
  • Evitar o contato prolongado com água e sabão.
  • Não usar objetos pessoais (roupas, calçados, pentes, toalhas, bonés) de outras pessoas.
  • Não andar  descalço em pisos constantemente úmidos (lava pés, vestiários, saunas).
  • Observar a pele e o pêlo dos animais de estimação (cães e gatos).  Qualquer alteração como descamação ou falhas no pêlo procura-se o veterinário.
  • Evitar mexer com a terra sem usar luvas.
  • Usar somente o próprio material  de manicure.
  • Evitar  usar calçados fechados o máximo possível.  Optar pelos mais largos e ventilados.
  • Evitar roupas quentes e justas. 
  • Evitar  tecidos sintéticos, principalmente nas roupas de baixo.

 

O tratamento vai depender do tipo de micose e deve ser determinado pelo médico. Deve-se evitar a auto-medicação ou medicamentos indicados por outras pessoas, pois podem mascarar características importantes para o diagnóstico correto da sua micose, dificultando o tratamento.

Podem ser usadas medicações locais sob a forma de cremes, loções e talcos ou medicações via oral, dependendo da intensidade do quadro.  O tratamento das micoses é sempre prolongado, variando de cerca de 30 a 60 dias.  Não se  deve interromper  o tratamento assim que terminarem os sintomas, pois o fungo nas camadas mais profundas pode resistir.  Deve-se seguir o tempo estabelecido pelo médico.

As micoses das unhas são as de mais difícil tratamento e também de maior duração, podendo ser necessário manter a medicação por mais de doze meses.  A persistência é fundamental para se obter sucesso nestes casos.

Há uma série de anti-fúngicos nas dermafitoses

  • Griseofulvin  ( Grifulvin ) – interfere na síntese de RNA e é utilizado via oral  na forma de comprimidos .
  • Cetoconazol ( Cetonax , Nirozal e Norizal )  - inibe os precursores da parede celular sendo utilizado na forma de comprimidos e shampoo .
  • Itraconazol ( Itranax-sporonox ) – inibe a síntese de ergosterol  , encontrada na forma de comprimidos .
  • Fluconazol  ( Zoltec ) - inibe a síntese de ergosterol  , encontrada na forma de comprimidos .
  • Terbinafina  ( Lamisil ) - inibe a síntese de ergosterol  , encontrado em comprimidos e uso tópico .

 


Referência bibliográfica

 

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